Revista de Educación Religiosa, volumen II, nº 6, 2023, DOI 10.38123/rer.v2i6.314

O problema do método teológico: uma experiência latino-americana na iniciação à vida cristã

Marcelo Luiz Machado1
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil

1. Problematizando: o discurso sobre o método em tempos de mudança

Há quase quatrocentos anos, o filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650) publicava, em 1637, uma das obras que se tornaria mundialmente conhecidas e base da sua epistemologia, o Discurso sobre o método. Configurando um novo momento da história da filosofia, seu método – que buscava conduzir racionalmente os homens à busca da verdade por meio de várias etapas descritivas – trazia um novo espírito daquilo que hoje chamamos de modernidade, que passou por fortes transformações com a decadência do feudalismo e com as novas ciências que começavam a ser sistematizadas na Europa Ocidental.

Utilizando aqui este fato para ilustrar, podemos dizer que novamente vivemos uma mudança de época. É quase que um consenso dizer que o século XX passou por mudanças tão profundas e extremamente aceleradas, que é possível dizer que a nossa geração esteja vivendo um período de transição, como viveu o Renascimento europeu, por exemplo, para uma nova era, neste início de milênio. Alguns a chamam de pós-modernidade; outros, era pós-cristã, hipermodernidade; ou, ainda, uma “modernidade gasosa”, superando a já conhecida modernidade líquida cunhada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017).

A Conferência de Aparecida, que em 2007 reuniu centenas de bispos de toda a América Latina, ressaltava a importância de promover nestes novos tempos uma autêntica formação de discípulos missionários e uma sincera conversão pastoral no seio da Igreja. Em inúmeras ocasiões, o papa Bento XVI também fazia ecoar um pensamento que se tornou quase que o combustível para esta V Conferência: “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (2007). E, nesta lógica querigmática, toma-se o ícone joanino da samaritana que, ilustrou muito bem a mensagem final do XIII Sínodo Ordinário dos Bispos, sobre a Nova Evangelização:

Não há homem nem mulher que, na sua vida, não se encontre, como a mulher da Samaria, ao lado de um poço com uma ânfora vazia, na esperança de encontrar que seja satisfeito o desejo mais profundo do coração, o único que pode dar significado pleno à existência. Hoje são muitos os poços que se oferecem à sede do homem, mas é preciso discernir para evitar águas poluídas. É urgente orientar bem a busca, para não ser vítima de desilusões, que podem arruinar. Como Jesus no poço de Sicar, também a Igreja sente que se deve sentar ao lado dos homens e mulheres deste tempo, para tornar presente o Senhor na sua vida, para que o possam encontrar, porque só o seu espírito é a água que dá a vida verdadeira e eterna. (Sínodo dos Bispos, 2012)

Quando voltamos nosso olhar para o poço de Jacó, reconhecemos nos gestos de Jesus e da samaritana um encontro perturbador matéria para buscarmos um processo integral e harmonioso na evangelização. Seguindo os acenos de Aparecida, existem algumas dimensões formativas que nos levam à unidade vital comunitária e garantem o processo evangelizador que a Igreja nos propõe como urgência neste novo milênio. E aqui é preciso pontuar: toda ação catequética se remete à missão dos discípulos quando lançam a semente da Boa Nova do Evangelho no meio das comunidades cristãs. É a tarefa irrenunciável da catequese, ou como lembrava São João Paulo II: a catequese como tarefa primordial da Igreja, é o “conjunto dos esforços envidados na Igreja para fazer discípulos, para ajudar os homens a acreditar que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, mediante a fé, tenham a vida em Seu nome, para os educar e instruir quanto a esta vida e assim edificar o Corpo de Cristo” (Catechesi tradendae, #1).

E diante dos novos cenários, como outrora Descartes protagonizou uma virada antropocêntrica no início da modernidade, também nós hoje nos questionamos: que métodos temos nos servido para a evangelização cristã? Qual caminho tem sido eficaz quando se pensa no processo iniciático da fé com adultos, jovens e crianças? São perguntas necessárias e complexas no seu entendimento. E aqui se permite a pensar além: é o método que servirá a um projeto pastoral bem construído e, com clareza, conduzir passo-a-passo. Nossas catequeses também precisam se utilizar deste momento, de projeção metodológica e sistemática da fé. E para dizer mais uma vez: novos tempos exigem novos projetos!

As estatísticas do Brasil, por exemplo, a cada decênio, têm mostrado quantitativamente uma diminuição da presença cristã católica em nossas comunidades. Sabemos, na prática, que a procura pela catequese tem também diminuído e muitos pais, que já não se interessam em receber o sacramento do matrimônio, também não buscam os sacramentos para os filhos. Em muitas comunidades, são os catequistas que saem em missão pelos bairros à procura de crianças e jovens para completar a iniciação cristã. Mas ainda que a nossa Igreja não sobreviva de estatísticas e censos, acaba por prescindir deles como um “termômetro” da fé e do trabalho incansável de tantos missionários pelo mundo todo. O fato é que, pensar no método a ser usado, como caminho seguro para se alcançar um objetivo, pode e deve fazer toda a diferença quando se fala de comunicar a fé em períodos turbulentos e de como o trabalho catequético, na prática, têm alcançado seus frutos no compromisso comunitário e no discipulado.

É neste sentido que a novidade desta reflexão possui um triplo objetivo: primeiro, levar ao coração dos catequistas e agentes mais diretos da iniciação cristã que é preciso retomar o caminho da reforma conciliar proposta pelo Vaticano II e que, no âmbito catequético, passa por uma metodologia adequada aos novos tempos de pós-cristandade. Em segundo lugar, visa conscientizar a comunidade que, desde a restauração do catecumenato para os adultos e a inspiração catecumenal às crianças e adolescentes, este mesmo processo exige aproximação do catequizando, de sua família e da realidade que o circunda. Ao pensar a partir da América Latina, não só se rejuvenesce como se fortalece o compromisso firmado por décadas na nossa Igreja, e que sempre buscou comunhão, participação e a libertação do nosso povo latino-americano. Além disso, por fim, apresentamos alguns aportes complementares efetuados pelo papa Francisco em seu pontificado ao método teológico, que servem de análise para este debate e que, sem dúvida, enriquecem o saber-fazer da catequese desde a nossa realidade.

2. Contemplar, discernir e propor a fé cristã desde um itinerário catequético permanente

A fé cristã desde o seu início foi cultivada de diversas formas e em variados contextos. O conhecido artista brasileiro padre Zezinho – que ficou famoso por evangelizar nas mídias e redes de comunicação já há mais de 50 anos – é sacerdote, teólogo, catequeta, poeta, cantor, professor... e sua arte perpassou e ainda encanta gerações no Brasil e no exterior. Muitos falaram e ainda falam de Jesus, não porque encontraram algo não Ele, mas porque o Mestre se deixou revelar de alguma forma. Os padres conciliares lembravam que “Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado ‘como homem para os homens’, ‘fala, portanto, as palavras de Deus’ (Jo 3:34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realiza” (Dei verbum, #4).

Em uma das mais conhecidas canções, sussurrava o poeta:

Um certo dia, a beira mar / Apareceu um jovem Galileu.
Ninguém podia imaginar / Que alguém pudesse amar do jeito que ele amava.
Seu jeito simples de conversar / Tocava o coração de quem o escutava. (1975)

O jeito de Jesus era diferente. No seu tempo, havia muitos que eram chamados ou se autoproclamavam profetas e até Messias. A literatura apocalíptica também era bastante usual no último século antes do seu nascimento. Mas a experiência que Jesus proporcionava não só atraía como transformava a vida de muitas pessoas em Nazaré. Seu primo João dizia: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. [...] Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (Mt 3:11). Sobre o estilo único daquele nazareno que passava no meio da multidão, se diz:

Olhamos para Jesus, o Mestre que formou pessoalmente a seus apóstolos e discípulos. Cristo nos dá o método: “Venham e vejam” (Jo 1, 39). “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Com Ele podemos desenvolver as potencialidades que há nas pessoas e formar discípulos missionários. Com perseverante paciência e sabedoria, Jesus convidou a todos para que o seguissem. Àqueles que aceitaram segui-lo, os introduziu no mistério do Reino de Deus, e depois de sua morte e ressurreição os enviou a pregar a Boa Nova na força do Espírito. Seu estilo se torna emblemático para os formadores e adquire especial relevância quando pensamos na paciente tarefa formativa que a Igreja deve empreender no novo contexto sócio-cultural da América Latina. (Documento de Aparecida, #276)

E por falar em método, é preciso dizer que, no itinerário eclesial proposto pelo papa Bento XVI para o novo milênio, falamos de um processo que é permanente e dinâmico. O estilo de Jesus continua sendo inspirador quando se motiva aqueles que estão ao nosso redor para viver segundo a vontade de Deus. E quando o apresentamos na iniciação à vida cristã, é preciso reconhecer que “Jesus Cristo é a plenitude da revelação por ser Ele mesmo a Palavra de Deus, e não apenas um profeta. [...] A verdade de Deus é garantida pelo fato de ser o Filho de Deus quem a pronúncia” (CELAM, 2007, p. 20).

Especialmente para a América Latina, algo nos chama a atenção durante a V Conferência, quanto à sua metodologia pastoral que viralizou em manchetes e noticiários:

Os grupos de trabalho da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e Caribe, em Aparecida (SP), escolheram o método "ver, julgar e agir" para analisar os documentos que estão sendo elaborados no encontro.
O modelo que se tornou conhecido na realidade latino-americana, nasceu no seio da Ação Católica dos anos 50, na Bélgica, e encontrou um campo fértil para seu desenvolvimento na Igreja da América Latina.
Nos países latino-americanos, esse método foi recebendo novas características de acordo com as necessidades a compreensão teológico-pastoral. Foram acrescentados, por exemplo, os itens "celebrar" e "avaliar". Em muitos lugares esse modelo é chamado de "método participativo", colocando em destaque o aspecto "comunhão e participação". 2

A boa notícia entusiasma porque, na conferência anterior, a de Santo Domingo (1992), devido a inúmeros problemas entre os bispos e a cúria romana, o consagrado método jocista]3

, adotado pela Igreja latino-americana na II Conferência de Medellín (1968), foi deixado de lado e a impressão era que não seria mais resgatado – ou como alguns chegam a dizer que o método estaria ultrapassado e sem eficácia em nossos tempos. Em Aparecida, porém, o método é retomado e o documento deixa claro em várias passagens. O problema aqui é como se retoma: não se recupera a força do método de Medellín, mas, em contrapartida, traz alento e esperança frente a Santo Domingo.

O pastoralista Agenor Brighenti traz um texto interessante quanto a esta problemática, como um dos grandes teólogos brasileiros especialistas nesta temática. A tensão acontece quando se depara com um método moderno de pastoral indutivo que se contrasta com outro pré-moderno e dedutivo-essencialista que vem ganhando força novamente nos últimos anos:

O método ver-julgar-agir, idealizado por J. Cardijn, fundador da Ação Católica especializada, marca a recepção nos meios eclesiais da racionalidade moderna, primeiro na pastoral e, depois, na reflexão teológica. A pedagogia cardjiniana toma distância de uma racionalidade dedutiva, a-histórica, metafísica, escolástica, que a modernidade, desde o século XVI, havia superado. A racionalidade moderna é histórica, indutiva, articulada a partir da práxis ou da experiência. Como observa K. Rahner, na modernidade a teologia se faz antropologia, no sentido que a experiência da transcendência só pode ser apreendida a partir da imanência. (2016, p. 689) 4

Mais tarde, tratando especificamente sobre o documento de Aparecida, nota-se que o método moderno da Ação Católica Especializada aparece com “vestes pré-modernas” para tentar agradar uns e outros, o que não deixa de descaracterizar nossa teologia latino-americana. No número 19 do documento final, por exemplo, fala-se de ver e comtemplar a Deus, julgar segundo Jesus Cristo e atuar a partir da Igreja, Corpo Místico de Cristo e Sacramento universal da salvação. Para entender o que se passou para chegar a essa mudança de postura, nada melhor do que o próprio Brighenti explicar:

ver à luz da Providência, julgar segundo Jesus Cristo e agir a partir da Igreja, ou seja, uma teologia que não se articula a partir da experiência, da história, dos acontecimentos, dos sinais dos tempos e, portanto, a-histórica, dedutiva, é irrelevante para seu contexto. Aqui aparece a dificuldade dos censores em reconhecer a densidade teologal da história, da experiência humana, da vida cotidiana, dos fatos. É aquela mentalidade que o “profano” não tem nada a dizer para a Igreja e que a secularização, enquanto reconhecimento da autonomia do temporal, atenta contra o espiritual. (Brighenti, 2016. p. 690)

Há que se destacar que este método, após ganhar oficialidade com o papa Pio XI nos núcleos da Ação Católica, foi um instrumento pastoral que visou aproximar as múltiplas realidades sociais à Boa Nova de Cristo, ao mesmo tempo que lançava o Evangelho no dia a dia da realidade agrária, estudantil, operária ou universitária. E ainda foi um método entregue às mãos daqueles discípulos e discípulas doutrinados e dispostos a transformar a realidade com o mandamento do Amor deixado pelo Mestre. Este mesmo método nutriu as veias abertas da nossa América Latina e Caribenha ainda nos antigos grupos da Ação Católica e, mais diretamente, desde a recepção do Concílio Vaticano II e, com um jeito próprio e legítimo de discursar teologicamente, a Teologia da Libertação, sob o sopro da Conferência Episcopal de Medellín, em 1968.

De forma distinta, por exemplo, tivemos em vista evangelizar aqueles que desejam receber a fé cristã através dos sacramentos, ou os simpatizantes do mundo cristão paganizado que se aproximam das nossas comunidades por algum motivo. Com estes, buscamos o método querigmático do primeiro anúncio que, entre outras coisas, é firmado em três passos metodológicos fundamentais: o testemunho de fé de quem evangeliza, o anúncio explícito da pessoa de Jesus de Nazaré e o serviço prestado aos irmãos e à comunidade como compromisso humano e fraterno]5

. O clássico método da ação católica (ver-julgar-agir) aprofundará, com aqueles que já receberam o primeiro anúncio, o comprometimento com a comunidade eclesial e a transformação social. E aqui há que sempre distinguir da aproximação que se faz e do método utilizado com os batizados iniciados na fé e com aqueles que, simpatizantes, desejam percorrer este caminho de discipulado.

E, diante de um possível mal-estar e do debate sobre a vitalidade ou não do método, o departamento de Missão e Espiritualidade do CELAM lançou um documento intitulado La alegría de iniciar discípulos misioneros en cambio de época, reapresentando o método teológico naquilo que padre Lima chamou de “novo frescor ao velho esquema” (Lima, 2015, p. 44)6

. Na apresentação do documento se fala em três momentos: o de contemplar o caminho percorrido pela catequese na América Latina; seguido pelo discernir um novo paradigma catequético pelo qual passa a Igreja, o processo de iniciação à vida cristã; para, enfim, propor ações eclesiais não somente à catequese, como à Igreja e à comunidade que faz parte deste processo. Uma dúvida, no entanto, paira no ar, quando pensamos sobre como este assunto tem alcançado nossos catequistas de base. Em outros tempos, semanalmente, os grupos da antiga Ação Católica viviam, na prática, o seu método de evangelização, com reuniões, catequeses e apostolado. É preciso arriscar para dizer que o desejo de uma catequese com inspiração catecumenal tem experimentado dificuldades justamente por carência em tocar a realidade, ou naquilo que o papa Francisco repetidas vezes tem insistido ao falar de uma pastoral numa “Igreja em saída missionária”. Não podemos fazer catequese isolados do mundo e, muito menos, fechado a ele, sem dialogar e deixar-nos interpelar de alguma forma.

Caberia aqui também utilizarmos um ícone bíblico que bem representa a importância de promover – diante de tantas carências já aqui partilhadas – uma formação permanente e dinâmica, que respeite o desenvolvimento das pessoas e as exigências da história: a aparição do Ressuscitado, no evangelho de João (21:1-19), tendo como centralidade na temática a figura do apóstolo Simão Pedro. Sem a pretensão de aprofundar exegeticamente esta perícope, mostramos em três cenas o que se visa compreender neste itinerário catequético permanente:

Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e dois outros de seus discípulos. Simão Pedro lhes disse: “Vou pescar”. Eles lhe disseram: “Vamos nós também contigo”. Saíam e subiram ao barco e, naquela noite, nada apanharam. (Jo 21:2-3)

Na primeira cena deste relato da comunidade joanina vemos, a princípio, grande parte do grupo juntos. E Pedro – que sempre toma a dianteira neste evangelho – quase que convocando o grupo, diz: “vou pescar!”. Mas eles nunca se esqueceram daquilo que o Mestre havia dito a eles: “e eu os farei pescadores de homens” (Mt 4:19). Não é fácil a vida de pescador... e tão pouco a de apóstolo, porque diz que naquela noite não apanharam nada. Lembrava São João Crisóstomo: e “Jesus fica junto dos discípulos angustiados e aflitos; daí que siga: Chegada a manhã, Jesus apresentou-se na praia. Não se deu a ver a eles, mas quis, não obstante, travar com eles uma conversa” (Catena aurea, p. 559).

Vemos aqui um Pedro confiante e seguro em sua missão de “pescar”. Mesmo depois de uma noite toda de trabalho sem receber nada; porém, estavam acordados em alto-mar, na barca. “Afligem-nos, mas não nos cofundem, as grandes mudanças que experimentamos” (DA, #20), exortam os bispos citando São Paulo VI:

Recobremos, portanto, o “fervor espiritual”. “Conservemos a doce e confortadora alegria de evangelizar, inclusive quando é necessário semear entre lágrimas. Façamo-lo, como João Batista, como Pedro e Paulo, como os demais Apóstolos, como essa multidão de admiráveis evangelizadores que se sucederam ao longo da história da Igreja, façamos tudo isso com ímpeto interior que ninguém e nada seja capaz de extinguir. Seja essa a maior alegria de nossas vidas dedicadas. E oxalá o mundo atual – que o procura às vezes com angústia, às vezes com esperança – possa assim receber a Boa Nova, não através de evangelizadores tristes e desalentados, impacientes ou ansiosos, mas através de ministros do Evangelho, cuja vida irradia o fervor de quem recebeu, antes de tudo em si mesmos, a alegria de Cristo e aceitam consagrar sua vida à tarefa de anunciar o Reino de Deus e de implantar a Igreja no mundo”. Recuperemos o valor e a audácia apostólicos. (DA, #552)

Na segunda cena, quando acontece a “pesca milagrosa”, experimenta-se aquilo que papa Francisco chamou certa vez de uma “familiaridade com o Senhor”, no momento mais crítico da pandemia do COVID-19:

Ninguém perguntava: “Quem és?” Sabiam que era o Senhor, era natural, o encontro com o Senhor. A familiaridade dos apóstolos com o Senhor tinha crescido.
Também nós, cristãos, em nosso caminho de vida nos encontramos neste estado de caminhar, de progredir na familiaridade com o Senhor. O Senhor – poderia dizer – é de certo modo “aberto”, mas “aberto” porque caminha conosco, sabemos que se trata d’Ele. Ninguém lhe perguntou, aí, “quem és?”: sabiam que era o Senhor. Uma familiaridade cotidiana com o Senhor, é a do cristão.
[...] Esta familiaridade dos cristãos com o Senhor sempre é comunitária. Sim, é íntima, é pessoal, mas em comunidade. Uma familiaridade sem comunidade, uma familiaridade sem o pão, uma familiaridade sem a Igreja, sem o povo, sem os sacramentos, é perigosa.
Pode tornar-se uma familiaridade – digamos – gnóstica, uma familiaridade somente para mim, separada do povo de Deus. A familiaridade dos apóstolos com o Senhor sempre era comunitária, se dava sempre à mesa, sinal da comunidade. Sempre era com o Sacramento, com o pão. 7

“É o Senhor!”, disse o discípulo amado, que está sempre atento, inclusive quando se volta a Pedro com respeito, aquele que fora escolhido para guardar as ovelhas – diante da abundância e do bom resultado, alimentado na mesa da Palavra em atenção ao pedido do Mestre – deixa a barca e vai em terra firme para, junto do Senhor, fartar-se da mesa preparada por Ele. Pedro pula na água e depois sobe na barca para puxar a rede com os peixes. O discípulo é aquele que vai ao encontro do Senhor e, fiel à sua Palavra recolhe os bons frutos. Vemos que como

às primeiras comunidades de cristãos, hoje nos reunimos assiduamente para “escutar o ensinamento dos apóstolos, viver unidos e tomar parte no partir do pão e nas orações” (At 2,42). A comunhão da Igreja se nutre com o Pão da Palavra de Deus e com o Pão do Corpo de Cristo. A Eucaristia, participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de Salvação, nos faz membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17). Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o alimento da vida em comunhão. (DA, #158)

O protagonista vive, ainda, um momento ápice de sua vocação cristã: Jesus envia Pedro em missão, mas, para isso, é preciso ouvir dele mesmo aquilo que o evangelista Mateus dizia de Jesus quando Ele pediu que ensinasse a observar tudo o que tinha ordenado (Mt 28:20). Ora, João aqui responde: “dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns outros.” (Jo 13:34). Mais uma vez recorremos ao doutor Crisóstomo:

O que mais atrai sobre nós aquela benevolência que vem do alto é o cuidado com o próximo. O Senhor, pondo de lado todos os outros, fala a Pedro tais coisas, pois era Pedro exímio entre os apóstolos, a boca de todos os discípulos e a cabeça de todo o colégio; por isso, riscada a negação, delega-lhe a prelazia dos irmãos. E nem mesmo o censura pela negação, mas diz: “Se me amas, põe-te à testa dos teus irmãos, e mostra agora o teu fervente amor de que o tempo inteiro deste prova; e a vida que disseste que darias por mim, dá agora pelas minhas ovelhas”. Segue: Disse-lhe outra vez: “Simão, filho de João, amas-me?”. Ele disse-lhe: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. (Catena aurea, p. 564-565).

3. À guisa de conclusão: com Francisco, passos firmes na missão

Logo após o término da V Conferência, não faltaram esforços de especialistas em ciências da religião e outros teólogos para problematizar e dinamizar, de forma mais programática, o que seria o “pós-Aparecida”. Entre muitas iniciativas, o mundo todo passou a conhecer mais de perto esta experiência depois do contato, via papa Francisco, com a exortação apostólica Evangelli gaudium8 e com as conclusões do Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização, no ano de 2012. Padre João Batista Libânio, à época, falava de uma trilogia de postura discipular que bem se aplicava ao que Pedro viveu no texto joanino e que inspiraria novos discípulos hoje: encontro – discipulado – missão. Este é o caminho percorrido que Jesus, através dos evangelhos, espera de todo aquele que é chamado por Ele:

tudo começa para o cristão com o Encontro pessoal com o Senhor que o chama para viver, conviver com ele em comunhão de vida e destino. Daí lhe nasce a vocação de discípulo. De dentro dela, brota o zelo missionário. [...] Portanto, quatro passos: experiência pessoal inicial da fé em Cristo, consciência da identidade católica, alegria de vivê-la e zelo missionário de levá-la aos demais pelo anúncio do Reino da Vida. O tema da vida ocupa o horizonte subjetivo e objetivo da missão. (Libânio, 2008, p. 23)

Podemos dizer, então, que a V Conferência latino-americana tornou-se um grande farol no que compete ao pedido do papa Bento XVI de se implementar um autêntico itinerário catequético permanente na Igreja do terceiro milênio.

E quando tocamos o chão da nossa catequese, seu último Diretório (2020) recorda que “o mistério da encarnação inspira a pedagogia catequética. Isso tem implicações também para a metodologia da catequese, que deve ter por referência a Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, assumir as instâncias autênticas da experiência humana” (#194). Por isso louvamos a iniciativa latino-americana de não abandonar o método, e continuar contemplando, discernindo e propondo a fé nestes tempos de crise que vivemos. E continua, ainda: “o conteúdo da catequese, sendo objeto da fé, não pode ser indiscriminadamente submetido a qualquer método, mas exige que reflita a natureza da mensagem evangélica com suas fontes e as circunstâncias concretas da comunidade eclesial de cada um dos indivíduos batizados” (#194).

Com Francisco, “volta à baila” o novo frescor de um método teológico que a Igreja ainda se serve como grande instrumento de evangelização, impulsionado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) e que o Pontífice, completando seu 10º aniversário de pontificado, sempre mostrou rejuvenescê-lo. De fato, quero aqui destacar, especialmente, os três últimos Sínodos Ordinários do Bispos nos quais Francisco apresentou suas provocações através das exortações apostólicas. Em estes documentos é visível a tentativa metodológica do papa de complementar momentos específicos que auxiliam no cuidado pastoral da Igreja, seja de alguns pressupostos eclesiais, no início de cada exortação, e de caminhos de espiritualidade, ao final, prevenindo este instrumental de qualquer instrumentalização social do Evangelho.

No Sínodo sobre a Nova Evangelização, convocado pelo papa Bento XVI durante as comemorações do 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), Francisco escreve a sua programática carta pontifical Evangelii gaudium – a alegria do Evangelho no mundo atual. E, no capítulo 1, antes de falar sobre a realidade do mundo no qual a Igreja é chamada a semear a Boa Nova (contemplar), ela apresenta a transformação missionária da Igreja, como uma Igreja em saída: do coração do Evangelho ao coração do mundo! No final, traz um capítulo intitulado “Evangelizadores com espírito”, voltando à dimensão eclesiológica com gotas de espiritualidade, seja no encontro com o Ressuscitado, seja com as mãos voltadas à intercessão de Maria, Estrela da Nova Evangelização.

No Sínodo seguinte, sobre a Família, Francisco escreve Amoris laetitae e retoma seu método. No capítulo 1, à luz da Palavra de Deus, faz um caminho sobre a importância e o papel da família, dando enfoque à ternura do abraço, como pressuposto eclesial antes de falar sobre a crise familiar pela qual nossa modernidade passa nos últimos séculos. E lá no capítulo IX, apresenta a “Espiritualidade conjugal e familiar”, mais uma vez à luz do Cristo Ressuscitado e reforçando as normativas conciliares: “a espiritualidade do leigos deverá assumir características próprias, nomeadamente a partir do estado do matrimônio e da família” (Apostolicam actuositatem,#4).

E, por fim, o Sínodo sobre a Juventude contribuiu para a análise teológica e necessariamente metodológica nas intenções de Francisco mediar a aproximação do tema enquanto busca remediar com ardor evangélico as discussões travadas durante o processo sinodal. Christus vivit é o fruto colhido durante o encontro dos bispos que, de alguma forma, também respiravam os desejos e clamores das juventudes que deram seu contributo em todo o processo de escuta. Nesta exortação, o papa Francisco abraça o antigo caminho do ver-julgar-agir em duas etapas: primeiro, nos capítulos 1 e 2 se repete o que foi feito sobre as famílias, meditando sobre o que diz a Palavra de Deus sobre os jovens e, em seguida, apresenta “Jesus sempre jovem”, sucedendo outras personagens unidas ao corpo da Igreja, com o frescor da juventude; depois, no último capítulo fala-se do discernimento, da escuta e do acompanhamento, marca espiritual registrada em praticamente todos os escritos do papa Francisco. E conclui com um desejo que separo aqui: “Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e medrosos. Correi «atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre” (ChV, #299).

Enfim, sem avançar em algumas polêmicas pela limitação temática desta apresentação, mas dizer que tudo isso tem sido palco de diversas acusações feitas – entre outras coisas – ao centenário método dos grupos operários por parte dos extremistas tradicionalistas católicos:

A análise da realidade oferecida pelo método tem, portanto, uma função cognitiva no processo de discernimento da realidade não como postura externa à fé, mas, ao contrário, inerente ao seu exercício de discernimento dentro da história. Trata-se de um método que produz conhecimento e gera posturas transformadoras dentro da Igreja e, particularmente, na realidade presente. (Passos, 2018, p. 21)

É nesse sentido que a doce melodia do discipulado e da missão em Aparecida continua a ser cantarolada pela Igreja latino-americana, e não podemos perder de vista a vivacidade de um processo que busca, na Igreja, também a sua conversão, com uma pastoral vibrante, rica em ministérios e aberta ao diálogo. Esse é o ar puro da fé que buscamos, em ritmo sinodal, e respirar seguramente num caminho (método) que, desde a realidade, leve-nos à proposta da fé – e não sua imposição – e acolhida do Reino de Deus, porque Ele está no meio de nós!

Notas

  1. malumacogito@hotmail.com
  2. “Ver, julgar e agir” é o método de análise da V Conferência (Canção Nova, 2007).
  3. A trilogia metodológica “Ver-Julgar-Agir” é bastante conhecida por completar já seu primeiro centenário na Igreja Católica. Ela surgiu como um método programático dli>cardeal belga Josef-Léon Cardijn (1882-1967) que foi germinado nos idos de 1914, através de conferências e textos até chegar ao apostolado com a juventude operária, na década de 1920. Depois de um encontro pessoal com o papa João XXIII, em 1960, seu método foi incluído oficialmente na encíclica Mater et magistra(1961) e na constituição conciliar Gaudium et spes (1965). Com isso, o método tornou-se parte integrante do trabalho da chamada Ação Católica Especializada que, a partir da década de 1950, ganhava ramos específicos de apostolado juvenil, seja no campo (JAC), no meio estudantil (JEC), no ramo independente (JIC), junto aos operários (JOC) ou nos campos universitários (JUC). No Brasil, por exemplo, o primeiro registro que se tem oficialmente do método por parte da CNBB foi o encontro o Encontro Nacional de Catequese (1 a 5 de julho de 1968), no Rio de Janeiro, em preparação direta à II Conferência Latino-americana de Medellín. Desde então, são mais de 50 anos fazendo uso de um método que continua a gerar bons frutos em nossa teologia latino-americana. Vale citar a tese doutoral defendida pelo padre Agenor Brighenti em 02 de dezembro de 1993, com o título: “Raízes da epistemologia e do método da Teologia da Libertação. O método ‘ver-julgar-agir’ da Ação Católica e as mediações da Teologia latino-americana” (Brighenti, 2013, p. 207-254; Brighenti (2022), p. 608-615; Lima, 2008, 593-624; Lozada, 2006, p. 313-331; Ferreira, 2016, p. 215-228).
  4. Um outro texto do mesmo autor, lançado recentemente e que é fruto de sua tese doutoral, aprofunda o que descrevemos com maestria: O método Ver-Julgar-Agir. Da Açãli>Católica à Teologia da Libertação (2022). São mais de 300 páginas divididas em dois grandes blocos: primeiro, a utilização do método dentro da Ação Católica do século XX; e, depois, a importância do método na teologia e na ação pastoral.
  5. Para aprofundar especificamente sobre o trabalho do Primeiro Anúncio e o serviço da Iniciação à Vida Cristã, desenvolvi um artigo na Revista de Catequese (2016, pp. 6-14).
  6. Lima apresenta com riqueza de detalhes a preparação e publicação deste documento que, na verdade, é uma terceira edição do CELAM sobre orientações de catequese para li>América Latina: o primeiro, Líneas comunes de orientación para la catequesis en América Latina, de 1983, traduzido no mesmo ano para a língua portuguesa; o segundo, La catequesis en América Latina (1999), sem tradução, infelizmente. E, por fim, este último, impulsionado fortemente pela exortação apostólica Evangelii gaudium, do papa Francisco. La alegría de iniciar discípulos misioneros en el cambio de época. Nuevas perspectivas para la Catequesis en América Latina y el Caribe CELAM, 2015) demorou a ser traduzido aquí, sendo lançado pelas Edições CNBB somente em 2017.
  7. Papa Francisco, homilia del 17 de abril de 2020.
  8. Para se ter ideia, não é comum em documentos oficiais dos papas se fazer citações de encontros específicos regionais ou continentais. Mas o papa Francisco o faz: da mesmli>forma que cita os seus predecessores, cita quatorze vezes o documento de Aparecida, do qual foi um dos redatores e igualmente quatorze citações do doutor angélico, Tomás de Aquino. (Santos, 2014, p. 5; Brighenti, 2016, p. 673-713; Amado, J. P. e Fernandes, L. A. (org); Amado, 2014, p. 30, e no de Moraes, 2014, p. 38-42.)

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